ACTUALIDADES - SERRONE: Home - O Mundo é a Nossa Casa

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Home - O Mundo é a Nossa Casa

Para assinalar o Dia Mundial do Ambiente, estreia-se hoje a nível mundial o filme documentário Home - O Mundo é a Nossa Casa. Assinado pelo fotógrafo francês Yann Arthus - Bertrand, trata-se de um documentário que nos dá imagens de todos os cantos da Terra vistos do ar, acompanhadas por um texto que nos vai falando da história do mundo em que vivemos, da vida natural, do ser humano e das ameaças ambientais.

Pode ver na Internet em http://www.youtube.com/homeproject, hoje às 20:30 h na RTP 2, nos ecrãs de cinema das salas Zon Lusomundo, em DVD e Blu-ray à venda na Fnac.

Na Internet também em português: http://www.youtube.com/watch?v=tCVqx2b-c7U&feature=channel

Serrone

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Mensagem de boas Vindas

Caros visitantes,

Sejam bem-vindos a este fórum, um de entre muitas dezenas de milhões existentes na WEB, que se enquadram na categoria de blogues.

Sendo este um veiculo privilegiado de transmissão e partilha de saberes, nesta nova era da sociedade do conhecimento, não poderia deixar de nela dar o meu modesto contributo.

Como todos os que me têm acompanhado ao longo destes meses sabem, tenho relevado alguns acontecimentos e opiniões que no meu entender merecem destaque e reflexão, dando sempre que possível, também, a minha visão sobre o mundo que está à vista de todos nós.

Saudações

Serrone

O Conceito de Reflexividade segundo George Soros

1.Estrutura Conceptual do Conceito de Reflexividade

A ideia central assenta em duas preposições simples,

•Princípio da falibilidade:
Nas situações que têm participantes pensantes, a visão do mundo por parte destes é sempre parcial e distorcida.

•Princípio da Reflexividade:
As visões distorcidas podem influenciar a situação a que estão ligadas porque as visões falsas levam a acções desadequadas.

O conceito de falibilidade é pouco controverso. É geralmente reconhecido que a complexidade do mundo em que vivemos excede a nossa capacidade de o compreender.
O conceito de reflexividade necessita de maior explicação. Aplica-se exclusivamente a situações que têm participantes pensantes.

O pensamento dos participantes tem duas funções:
• A função cognitiva
Através da função cognitiva tentamos compreender o mundo em que vivemos;

• A função participativa ou manipulativa
Usamo-la para mudar a situação em nossa vantagem.

As duas funções, cognitiva e participativas, ligam o pensamento e a realidade em direcções opostas:
• Casualidade do mundo para a mente:
Na função cognitiva, a realidade deve determinar as perspectivas do participante;

• Casualidade da mente para o mundo:
Na função manipulativa as intenções dos participantes têm efeito no mundo.

Quando as duas funções operam ao mesmo tempo, interferem uma na outra porque privam cada função oposta da variável independente que seria necessária para determinar o valor da variável dependente.

Quando uma variável independente de uma função é a variável dependente de outra, nenhuma das funções têm uma variável genuinamente independente.

Isto significa que função cognitiva não pode produzir conhecimento suficiente para servir de base às decisões dos participantes. Similarmente, a função manipulativa pode ter impacto no resultado, mas não pode determiná-lo. Por outras palavras o resultado pode divergir das intenções dos participantes. Há sempre um desfasamento entre as intenções e os resultados. Por conseguinte, existe um elemento de incerteza tanto na nossa compreensão da realidade como no modo como as coisas acontecem.

Para compreendermos as incertezas associadas à reflexividade, temos de aprofundar a questão:
- Se a função cognitiva operasse isoladamente, sem qualquer interferência da função manipulativa, poderia produzir conhecimento;
-O conhecimento é representado por proposições verdadeiras. Uma proposição é verdadeira se corresponde aos factos – é isto que nos diz a teoria da correspondência da verdade;
-Mas, se houver interferência da função manipulativa, os factos deixam de servir de critério independente pelo que a verdade de uma proposição pode não ser verificada, porque a correspondência pode ter sido criada pala proposição que altera os factos.

Circuitos de Realimentação
A reflexividade é um fenómeno muito abrangente que normalmente adquire a forma de circuitos de realimentação. As perspectivas dos participantes influenciam o desenrolar dos acontecimentos e o desenrolar dos acontecimentos influencia as perspectivas dos participantes. A influência é contínua e circular e é isso que a torna num circuito de realimentação.

Para melhor compreendermos a análise que estamos a desenvolver, façamos uma distinção entre o aspecto objectivo e subjectivo da realidade. O pensamento constitui o aspecto subjectivo e os acontecimentos constituem o aspecto objectivo. Por outras palavras, o aspecto subjectivo abrange aquilo que acontece na mente dos participantes e o aspecto objectivo refere-se àquilo que aconteceu na realidade externa. Só existe uma realidade externa, mas existem muitas perspectivas subjectivas diferentes.

A reflexividade pode ligar dois ou mais aspectos da realidade, estabelecendo circuitos de alimentação biunívocos entre eles.
Face ao exposto, podemos fazer uma distinção entre duas grandes categorias:
• As relações reflexivas que ligam os aspectos subjectivos da realidade;
• Os acontecimentos reflexivos, que envolvem o aspecto objectivo;

Quando a realidade não tem um aspecto subjectivo não pode haver reflexividade.

Realimentação Negativa
A realimentação negativa aproxima as perspectivas dos participantes e a situação real. Por outras palavras, um processo de realimentação negativa é auto-corrector. Pode prolongar-se indefinidamente e , s e não houver mudanças significativas na realidade externa, pode levar a um equilíbrio, em que as perspectivas dos participantes acabam por corresponder ao verdadeiro estado das coisas.

Realimentação positiva
A realimentação positiva afasta as expectativas dos participantes e a situação real. Provoca um auto-reforço. Não se pode prolongar indefinidamente porque as perspectivas dos participantes acabariam por ficar tão afastadas da realidade que estes teriam de reconhecê-las como irrealistas.

Desequilíbrio Dinâmico
O processo de realimentação não pode ocorrer sem qualquer mudança no verdadeiro estado das coisas, porque faz parte da natureza da realidade positiva reforçar qualquer tendência que prevaleça no mundo real. Por isso em vez de um equilíbrio, deparamo-nos com um desequilíbrio dinâmico ou aquilo a que se pode chamar situações longe do equilíbrio.

A divergência entre as percepções e a realidade produz um clímax que despoleta um processo de realimentação positiva em direcção oposta. Estes processos começam de ser de auto-reforço, mas que tornam destrutivos de expansão – retacção, ou bolhas. São falácias férteis – interpretações da realidade que são distorcidas, mas que produzem resultados que reforçam a distorção.

2.Ciências sociais /questões humanas e reflexividade
Nos fenómenos naturais o pensamento não desempenha um papel casual e tem apenas uma função cognitiva. Nas questões humanas o pensamento é parte do assunto e tem uma função cognitiva e manipulativa.
Nas questões humanas como os participantes agem com base numa compreensão imperfeita, os resultados das suas acções poderá não corresponder às expectativas que alimentam criando uma fonte de incerteza. Embora os principais efeitos da incerteza humana se exerçam sobre os participantes, tem implicações de maior alcance para as ciências sociais.
As teorias sociais são reflexivas.

Fonte: As Palestras George Soros na Central European University

Acordos Internacionais - Protecção do Ambiente

ECO-92
A ECO-92, Rio-92, Cúpula ou Cimeira da Terra são nomes pelos quais é mais conhecida a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), realizada entre 3 e 14 de Junho de 1992 no Rio de Janeiro. O seu objectivo principal era buscar meios de conciliar o desenvolvimento socioeconómico com a conservação e protecção dos ecossistemas da Terra.
A Conferência do Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável e contribuiu para a mais ampla consciencialização de que os danos ao meio ambiente eram maioritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Reconheceu-se, ao mesmo tempo, a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para avançarem na direção do desenvolvimento sustentável. Naquele momento, a posição dos países em desenvolvimento tornou-se mais bem estruturada e o ambiente político internacional favoreceu a aceitação pelos países desenvolvidos de princípios como o das responsabilidades comuns, mas diferenciadas. A mudança de percepção com relação à complexidade do tema deu-se de forma muito clara nas negociações diplomáticas, apesar de seu impacto ter sido menor do ponto de vista da opinião pública.
Fonte: Wikipédia

Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima
A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima - CQNUMC - (do original em inglês United Nations Framework Convention on Climate Change) ou Conferência Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas - CQNUAC (em Portugal), é um tratado internacional que foi resultado da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), informalmente conhecida como a Cúpula da Terra, realizada no Rio de Janeiro em 1992.
Este tratado foi firmado por quase todos os países do mundo e tem como objetivo a estabilização da concentração de gases do efeito estufa (GEE) na atmosfera em níveis tais que evitem a interferência perigosa com o sistema climático. Esse nível de concentração segura para o clima ainda não é conhecido, mas a maior parte da comunidade científica considera que, se a emissão destes gases continuar crescendo no ritmo actual, advirão danos ao meio ambiente.
O tratado não fixou, inicialmente, limites obrigatórios para as emissões de GEE e não continha disposições coercitivas. Em vez disso, o Tratado incluía disposições para actualizações (chamados "protocolos"), que deveriam criar limites obrigatórios de emissões. O principal é o Protocolo de Quioto, que se tornou muito mais conhecido do que a própria CQNUMC.
Devido ao fato de que os GEE continuam na atmosfera por muitas décadas após emitidos, não é possível interromper ou reverter a mudança climática e, por essa razão, as medidas a serem tomadas são mitigadoras, no sentido de diminuir o impacto de tais mudanças, e adaptadoras, no sentido de criar mecanismos de adaptação às mudanças que irão ocorrer.
Dentre os princípios que fundamentam a Convenção, o principal é aquele da responsabilidade comum, porém diferenciada. Como a concentração actual de GEE na atmosfera é consequência, em maior parte, das emissões realizadas por países industrializados no passado, cada país tem uma responsabilidade diferente. Para a divisão de responsabilidades, os países foram divididos em diferentes blocos.
Fonte: Wikipédia,

Protocolo de Quioto
O Protocolo de Quioto é consequência de uma série de eventos iniciada com a Toronto Conference on the Changing Atmosphere, no Canadá (outubro de 1988), seguida pelo IPCC's First Assessment Report em Sundsvall, Suécia (Agosto de 1990) e que culminou com a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CQNUMC, ou UNFCCC em inglês) na ECO-92 no Rio de Janeiro, Brasil (Junho de 1992). Também reforça sessões da CQNUMC.
Constitui-se no protocolo de um tratado internacional com compromissos mais rígidos para a redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa, considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa antropogênicas do aquecimento global.
Discutido e negociado em Quioto no Japão em 1997, foi aberto para assinaturas em 11 de Dezembro de 1997 e ratificado em 15 de Março de 1999. Sendo que para este entrar em vigor precisou que 55% dos países, que juntos, produzem 55% das emissões, o ratificassem, assim entrou em vigor em 16 de Fevereiro de 2005, depois que a Rússia o ratificou em Novembro de 2004.
Por ele se propõe um calendário pelo qual os países-membros (principalmente os desenvolvidos) têm a obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa em, pelo menos, 5,2% em relação aos níveis de 1990 no período entre 2008 e 2012, também chamado de primeiro período de compromisso (para muitos países, como os membros da UE, isso corresponde a 15% abaixo das emissões esperadas para 2008).
As metas de redução não são homogéneas a todos os países, colocando níveis diferenciados para os 38 países que mais emitem gases. Países em franco desenvolvimento (como Brasil, México, Argentina e Índia) não receberam metas de redução, pelo menos momentaneamente.
A redução dessas emissões deverá acontecer em várias actividades económicas. O protocolo estimula os países signatários a cooperarem entre si, através de algumas acções básicas:
Reformar os sectores de energia e transportes;
Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
Eliminar mecanismos financeiros e de mercado inapropriados aos fins da Convenção;
Limitar as emissões de metano na gestão de resíduos e dos sistemas energéticos;
Proteger florestas e outros sumidouros de carbono.
Se o Protocolo de Quioto for implementado com sucesso, estima-se que a temperatura global reduza entre 1,4°C e 5,8°C até 2100, entretanto, isto dependerá muito das negociações pós período 2008/2012, pois há comunidades científicas que afirmam categoricamente que a meta de redução de 5% em relação aos níveis de 1990 é insuficiente para a mitigação do aquecimento global.

Fonte: Wikipédia

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (Millennium Development Goals)

A Declaração do Milénio, adoptada em 2000, por todos os 189 Estados Membros da Assembleia Geral das Nações Unidas, veio lançar um processo decisivo da cooperação global no século XXI. Nela foi dado um enorme impulso às questões do Desenvolvimento, com a identificação dos desafios centrais enfrentados pela Humanidade no limiar do novo milénio, e com a aprovação dos denominados Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (MDGs) pela comunidade internacional, a serem atingidos num prazo de 25 anos, nomeadamente:
Foram ainda aí estabelecidas metas quantitativas para a maioria dos objectivos, com vista a possibilitar a medição e acompanhamento dos progressos efectuados na sua concretização, ao nível global e nacional.
Objectivo 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome
Meta 1. Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção de população cujo rendimento é inferior a um dólar por dia
Meta 2. Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a proporção de população afectada pela fome
Objectivo 2: Atingir o ensino primário universal
Meta 3. Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos os sexos, terminem um ciclo completo de ensino primário
Objectivo 3: Promover a igualdade de género e a capacitação das mulheres
Meta 4. Eliminar a disparidade de género no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis de ensino, o mais tardar até 2015
Objectivo 4: Reduzir a mortalidade infantil
Meta 5. Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças com menos de 5 anos
Objectivo 5: Melhorar a saúde materna
Meta 6. Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa de mortalidade materna
Objectivo 6: Combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças
Meta 7. Até 2015, parar e começar a inverter a propagação do HIV/SIDA
Meta 8. Até 2015, parar e começar a inverter a tendência actual da incidência da malária e de outras doenças graves
Objectivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental
Meta 9. Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e inverter a actual tendência para a perda de recursos ambientais
Meta 10. Reduzir para metade, até 2015, a percentagem de população sem acesso permanente a água potável
Meta 11. Até 2020, melhorar significativamente a vida de pelo menos 100 milhões de habitantes de bairros degradados
Objectivo 8: Criar uma parceria global para o desenvolvimento
Meta 12. Continuar a desenvolver um sistema comercial e financeiro multilateral aberto, baseado em regras, previsível e não discriminatório
Meta 13. Satisfazer as necessidades especiais dos Países Menos Avançados
Meta 14. Satisfazer as necessidades especiais dos países sem litoral e dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento
Meta 15. Tratar de forma integrada o problema da dívida dos países em desenvolvimento, através de medidas nacionais e internacionais, por forma a tornar a sua dívida sustentável a longo prazo
Meta 16. Em cooperação com os países em desenvolvimento, formular e aplicar estratégias que proporcionem aos jovens trabalho condigno e produtivo
Meta 17. Em cooperação com as empresas farmacêuticas, proporcionar o acesso a medicamentos essenciais a preços acessíveis, aos países em desenvolvimento
Meta 18. Em cooperação com o sector privado, tornar acessíveis os benefícios das novas tecnologias, em especial das tecnologias de informação e comunicação
Fonte: OCDE, 2004: 59.

À Declaração do Milénio, sucederam-se um conjunto de conferências internacionais, nomeadamente a Conferência sobre o Financiamento do Desenvolvimento que teve lugar, em Março de 2002, em Monterrey. O chamado Consenso de Monterrey veio, por um lado, reafirmar o empenho da comunidade doadora e dos países beneficiários da ajuda na procura de fontes de financiamento inovadoras e alternativas, na criação de um novo espírito de parceria e de um novo conceito de cooperação para o desenvolvimento, assentando numa abordagem holística – colocando a tónica na inter-relação entre o comércio, o financiamento e o desenvolvimento. Significou, por outro lado, a renovação da vontade política da comunidade de doadores relativamente aos MDGs, com especial destaque para a erradicação da pobreza.
A UE que é, no seu conjunto, responsável por mais de 50% da APD mundial, afirmou-se como um parceiro-chave deste processo, tendo contribuído activamente para o processo resultante da Conferência sobre o Financiamento do Desenvolvimento.
A Cimeira Mundial do Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, em Setembro de 2002, veio, finalmente, fornecer um impulso fundamental ao estabelecimento das Parcerias (entre países do Norte e países do Sul e entre os sectores público e privado), fechando, assim, um triângulo do qual faz parte também a Conferência de Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Portugal tem participado e acompanhado toda esta discussão nas várias instâncias internacionais, com fortes implicações para a cooperação para o desenvolvimento. Os compromissos assumidos por todos os doadores foram também compromissos assumidos pela Cooperação Portuguesa, consubstanciando-se no objectivo último da luta contra a pobreza, com vista à sua erradicação, objectivo central dos MDGs.

A Revolução Tecnológica

Nos últimos anos tem-se verificado um forte investimento em tecnologia, especialmente durante o período da bolha tecnológica, quando centenas de biliões de dólares foram investidos em ligações de banda larga por todo o mundo, em software – e-mail, motores de busca como o Google.

Quando todas as ferramentas que hoje todos nós utilizamos ficaram acessíveis, por volta de 2000, criando uma plataforma em que o trabalho intelectual, o capital intelectual, pôde passar a ser concebido em qualquer parte do mundo, desagregado, distribuído, produzido e agregado de novo noutro qualquer canto do hemisfério.

Esta plataforma global que é a internet, tem ferramentas adequadas que nos permitem encontrar uma lógica dentro do caos de informações que muitas vezes aparenta existir e organizar numa síntese coerente das informações dentro de uma determinada área de conhecimento. Quero dizer que esta capacidade de armazenar, processar e transformar informação em conhecimento, amplia a inteligência humana.

A informação é a matéria-prima desta plataforma, na qual convergem tecnologias específicas em um sistema integrado, ele próprio criado através da partilha de informação, num processo contínuo que cresce exponencialmente.

Gradualmente a digitalização da sociedade está a processar-se e a revolução tecnológica está permanentemente a materializar-se e a massificar-se, alargando a sua esfera de influência à escala global. A revolução da internet e da sociedade digital está a entrar cada vez mais no nosso quotidiano e no quotidiano de mais pessoas em todo o mundo.

Estes profundos avanços tecnológicos estão a mudar a própria sociedade e a produtividade das nossas economias. Este novo tipo de sociedade em que vivemos que surgiu no final do Século XX e encontra em processo de transformação e de expansão, baseia-se num bem precioso, a informação.
A Sociedade da Informação é um termo comummente utilizado, também chamado de Sociedade do Conhecimento ou Nova Economia.

Este novo modelo de organização das sociedades assenta num modo de desenvolvimento social e económico onde a informação, como meio de criação de conhecimento, desempenha um papel fundamental na produção de riqueza e na contribuição para o bem-estar e qualidade devida das populações.

No mundo dos negócios, assiste-se a uma maior facilidade e rapidez de acesso à informação por parte dos agentes económicos, melhor coordenação destes quando dispersos geograficamente, quer através da integração e automatização dos processos de negócio a montante (fornecedores) e a jusante (clientes), quer através do incremento da possibilidade de participação dos colaboradores nas actividades de gestão dos seus superiores hierárquicos, etc.

As novas tecnologias favorecem a tendência para as empresas terem fronteiras cada vez menos demarcadas em relação ao seu meio ambiente, a trabalharem cada vez mais "em rede" com outras empresas em regime de outsourcing.

A revolução tecnológica aumenta o fenómeno de globalização e torna o nosso mundo cada vez mais plano.

Serrone, 27 de Dezembro de 2008

Ataques em Bombaím

Ataque em Bombaim

O alegado cérebro dos atentados terroristas de Bombaim, Índia, figura entre os 165 membros de uma organização de solidariedade próxima do movimento islamista Lashkar-e-Taiba detidos domingo e hoje no Paquistão, anunciou um alto responsável da segurança.
"Zaki-ur-Rehman Lakhvi, um comandante das operações armadas do Lashkar-e-Taiba, é um dos detidos, garantiu à AFP um alto responsável dos serviços de segurança paquistanês, que solicitou o anonimato.
A imprensa indiana reclama que Zaki-ur-Rehman Lakhvi foi identificado pelo único terrorista que sobreviveu aos atentados de Bombaim como sendo um dos cérebros dos ataques.
Quinze das 16 detenções foram feitas pelos serviços de segurança do Paquistão, em operações desenvolvidas domingo à noite e hoje nos arredores de Muzaffarabad, nordeste do país, na parte do Caxemira que é administrado por Islamabad.
A operação foi dirigida contra um campo de deslocados, gerido pela fundação de caridade Jamaat-ud-Dawa, considerado o ramo político do Lashkar.
O 16º detido, presumível membro do Lashkar, foi interpelado em Rawalpindi, nos arredores de Islamabad, acrescentou a mesma fonte
Expresso on-line ,15:20 Segunda-feira, 8 de Dez de 2008

A tensão geopolítica entre Índia e Paquistão

Caxemira é uma região do norte do subcontinente indiano, hoje dividida entre a Índia e o Paquistão. Uma parte foi anexada pela China.
O termo "Caxemira" descrevia historicamente o vale ao sul da parte mais ocidental do Himalaia. Politicamente, no entanto, o termo "Caxemira" descreve uma área muito maior, que inclui as regiões de Jammu, Caxemira e Ladakh.

Disputas pelo território
Actualmente localizada no norte do subcontinente indiano, a Caxemira é disputada por Índia e Paquistão desde o fim da colonização britânica. As tensões na região têm início com a guerra de independência, em 1947. Segundo uma resolução da ONU datada de 1947, a população local deveria decidir a situação política da Caxemira por meio de um plebiscito acerca da independência do território. Tal plebiscito, porém, nunca aconteceu, e a Caxemira foi incorporada à Índia, o que contrariou as pretensões do Paquistão e da população local - de maioria muçulmana - e levou à guerra de 1947 a 1948. O conflito termina com a divisão da Caxemira: cerca de um terço ficou com o Paquistão (Caxemira Livre e Territórios do Norte) e o restante com a Índia (Jammu e Caxemira).
Em 1962, a China conquista um trecho de Jammu e Caxemira (Aksai Chin); no ano seguinte, o Paquistão cede aos chineses uma faixa dos Territórios do Norte. Um novo conflito, em 1965, não traz modificações territoriais.
Nos anos 1980, guerrilheiros separatistas passam a actuar na Caxemira indiana. Mais de 25 mil pessoas morrem desde então. A Índia acusa o governo paquistanês de apoiar os guerrilheiros - favoráveis à unificação com o Paquistão - e intensifica a repressão.
A situação da área continua tensa - além do conflito com o Paquistão, existe actualmente um forte movimento pró-independência na Caxemira.

Explosões nucleares
O conflito serve como justificativa para a militarização da fronteira e para a corrida armamentista. Índia e Paquistão realizam testes nucleares em 1998 e, em Abril de 1999, experimentam mísseis balísticos capazes de levar ogivas atómicas, rompendo acordo assinado meses antes. Os dois países chegam à beira da guerra total. O primeiro-ministro ultranacionalista da Índia, Atal Vajpayee, ordena um pesado contra-ataque, que expulsa os separatistas em Julho. A derrota paquistanesa leva a um golpe militar, liderado pelo general Pervez Musharraf, que depõe o primeiro-ministro paquistanês, Nawaz Sharif. Índia e Paquistão travam na Caxemira, em 1999, um confronto com um saldo de 1200 mortos.

Terrorismo
Uma onda de explosões mata dezenas de civis nas maiores cidades paquistanesas, entre o final de 1999 e o primeiro semestre de 2000. Fracassam negociações de paz entre o governo da Índia e separatistas muçulmanos da Caxemira em Julho de 2000. Os combates recomeçam, assim como as acções terroristas nos territórios do Paquistão e da Índia. Em Agosto de 2000, o Hizbul Mujahidine, principal grupo separatista muçulmano na Caxemira, anuncia uma trégua unilateral. A Índia suspende operações militares na Caxemira, pela primeira vez em 11 anos. As negociações fracassam diante da recusa da Índia em admitir o Paquistão na negociação de paz.

Demografia
O censo de 1901 da Índia Britânica revelou que os muçulmanos constituíam 74,16% da população total do Estado principesco de Caxemira e Jammu, frente a 23,72% de hindus e 1,21% de budistas. Os hindus encontravam-se principalmente em Jammu, onde formavam pouco menos de 80% da população. No vale de Caxemira, os muçulmanos contavam 93,6% da população e os hindus, 5,24%. Tais percentuais mantiveram-se relativamente inalterados nos últimos 100 anos. Quarenta anos depois, o censo de 1941 da Índia Britânica indicou que os muçulmanos formavam 93,6% da população do vale de Caxemira e os hindus, 4%. Em 2003, o percentual de muçulmanos no vale de Caxemira era de 95% e o de hindus, de 4%; no mesmo ano, em Jammu, a percentagem de hindus totalizava 66% e a de muçulmanos, 30%.[
Segundo o censo de 1901, a população total do Estado principesco de Caxemira e Jammu era de 2 905 578 habitantes, dos quais 2 154 695 eram muçulmanos (74,16%); 689 073, hindus (23,72%); 25 828, siques e 35 047, budistas. No vale de Caxemira, a população contava 1 157 394 habitantes, dos quais 1 083 766 muçulmanos (93,6%) e 60 641 hindus.
Conforme o censo de 2001 da Índia, a população total do estado indiano de Jammu e Caxemira era de 10 143 700 habitantes, dos quais 6 793 240 eram muçulmanos (66,97%); 3 005 349, hindus (29,63%); 207 154, siques; e 113 787, budistas

In Wikipédia, 8 de Dezembro de 2008

O conflito Israel-Palestina

No final da primeira década do século XX, a Palestina possuía 26 mil quilómetros quadrados, uma população de um milhão de palestinos e 100 mil judeus, encontrando-se ainda sob o domínio do Império Turco. Com a derrota dos turcos no final da 1.ª guerra, a Palestina, ao passar para o domínio da Inglaterra, comprometeu-se a favorecer a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina e abriu a região à emigração judaica, organizada pelo movimento sionista.

Após a 2.ª Guerra, em 29 de Novembro de 1947, em sessão plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas, foi aprovado o plano de divisão da Palestina, proposto pela União Soviética e Estados Unidos, com 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções.

À época a Palestina já possuía uma população de 1 milhão e 300 mil palestinos e 600 mil judeus. Pelo projecto da ONU, eles seriam divididos em dois Estados: um judeu (com 57% da área) e um palestino (com 43% da área). A proposta foi recusada pelos países árabes.

Ao ser proclamada a criação do Estado de Israel, a recusa de aceitação por parte da Liga Árabe (Egipto, Síria, Líbano, Jordânia) levou à Primeira Guerra Israelo-árabe (1948-1949). O conflito foi vencido pelos judeus que estenderam seus domínios por uma área de 20 mil quilómetros quadrados (75% da superfície da Palestina). O território restante foi ocupado pela Jordânia (anexou a Cisjordânia) e Egipto (ocupou a Faixa de Gaza).

A guerra ocasionou a fuga de 900 mil palestinos das áreas incorporadas por Israel. Esse fato gerou o principal ponto do conflito entre árabes e o povo de Israel: a Questão Palestina. Em 1956 explodiu a Segunda Guerra Israelo-árabe, também conhecida como Guerra do Suez. O motivo foi os choques na fronteira Egipto/Israel e a nacionalização do Canal de Suez pelos egípcios. Israel, apoiada pela França e Inglaterra, atacou o Egipto e conquistou a península do Sinai. A pressão dos Estados Unidos e da União Soviética fez com que os judeus abandonassem o Sinai e recuassem até a fronteira de 1949. A península foi ocupada por uma força de paz da ONU.

A criação da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), liderada por Yasser Arafat, em 1964.

Com o objectivo de fundar um Estado palestino, a OLP iniciou uma acção de guerrilha contra Israel para retomar os seus territórios ocupados. Em 1967, com a retirada das tropas da ONU da fronteira Egipto/Israel, teve início a Terceira Guerra Israelo-árabe, conhecida como Guerra dos Seis Dias. Mais uma vez, Israel saiu vitoriosa sobre os países árabes (Egipto, Síria e Jordânia) e ocupou a faixa de Gaza, a península do Sinai (do Egipto), as planícies de Golan (da Síria) e a Cisjordânia (da Jordânia). O êxodo palestino aumentou com mais essa conquista de Israel e alcançou, em 1968, 1 milhão e 600 mil refugiados.

Em 1973, o Egipto e Síria realizaram um ataque simultâneo contra Israel na data religiosa conhecida como Dia do Perdão (Yom Kippur para os judeus e Ramadã para os árabes). Os árabes reconquistaram a margem oriental do Canal de Suez. A Guerra do Yom Kippur (ou Ramadã), como ficou conhecida a Quarta Guerra Israelo-árabe terminou com uma intervenção dos Estados Unidos. Em 1979, Egipto e Israel estabeleceram um acordo de paz. Mas a violência na área seguiu entre OLP e Israel. Vários grupos de Israelitas e palestinos praticaram atentados contra seus "inimigos". Muita gente inocente morreu.

Em 1993, após seis meses de negociações, Israel e a OLP chegaram a um primeiro acordo, a princípio sobre uma autonomia palestina transitória. Foi nos EUA que ocorreu o histórico aperto de mãos entre o primeiro-ministro israelitas Itzhak Rabin e o chefe da OLP, Yasser Arafat. Em 1995, Itzhak Rabin foi assassinado por um direitista judeu indignado com o acordo com os palestinos. Com a posse de Benjamin Netanyahu como líder de Israel as negociações esfriaram e a violência retornou com mais força. No dia 12 de Julho de 2000 iniciou-se, em Camp David, (o mesmo lugar do acordo de 1979 entre Israel e Egito), nos EUA, mais uma série de negociações entre o primeiro-ministro israelita Ehud Barak e o líder palestino Yasser Arafat.

Continua....

O poder de influência dos lobbys

Poucos terão duvidas que Washington assume posições pró-Israel no conflito na região do Médio Oriente .
Mas provavelmente ninguém ficará com duvidas quando souber que dois conceituados professores de duas prestigiadas universidades americanas, (John Marshaimer, professor da Universidade de Chicago e Sthepen Walt, da Universidade de Harvard), expuseram recentemente num estudo bem documentado, mas ao mesmo tempo controverso, originalmente publicado pela “London Review of Books”, que um bem organizado “lobby” israelita tem conseguido moldar as legislações emanadas do congresso americano e as próprias decisões presidenciais, envolvendo Israel.
O professor Walt, afirma que o governo dos Estados Unidos garante a Israel uma ajuda anual calculada em cerca de três mil milhões de dólares, o que se constitui como a maior soma jamais atribuída a uma nação no mundo, isto para além do apoio diplomático na crise com os palestinianos e dos demais países do Médio Oriente.
Não sejamos ingénuos, pois aqui não se trata de boas acções da administração americana. Em contrapartida os judeus contribuem e financiam as campanhas dos congressistas tidos com posições próximas na concorrência directa nas campanhas com outros congressistas com ideias indesejáveis ao looby israelita.

Serrone

Programa Nuclear Iraniano

O Irão iniciou o seu programa de Energia atómica ( nuclear) com o apoio de programa americano em 1953 no âmbito da campanha Átomos pela Paz, lançado pelo então Presidente norte-americano, Dwight Eisenhower. Quatro anos mais tarde, os EUA e o Irão assinaram um acordo de cooperação na área da energia nuclear, em que os primeiros forneciam material e equipamento para a investigação nuclear. A França e a Alemanha também estiveram envolvidas no programa atómico iraniano durante a década de 1970, quando o xá Reza Pahlavi estava no poder. A Revolução Islâmica de 1979 marcou o fim da ajuda ocidental. E o programa nuclear do Irão manteve-se sem suspeições de que teria algo irregular até que um grupo da oposição do país revelou em 2002 informações sobre investigação para o enriquecimento de urânio que estavam a ser feitas à revelia da Agência Internacional de Energia Atómica. O Irão afirma entretanto que quer dominar todo o ciclo de produção nuclear, incluindo o enriquecimento de urânio. Se o minério for pouco enriquecido, serve para combustível; se for muito enriquecido, pode ser usado para fabricar armas. Mas sempre negou ter fins militares. Os EUA sempre desconfiaram do contrário. Mas no final de 2007 um relatório dos serviços de informação americanos dizia que o Irão tinha desistido de chegar a uma arma nuclear em 2003. O Mundo continua ainda com muitas incetezas sobre o grau de desenvolvimento actual de enriquecimento de urânio. Quanto tempo levará até que o Irão chegue à capacidade de obtenção de armas nucleares?

Serrone

Assistimos em tempo real ao 3.º choque petrolífero.

Senão vejamos:

Choque petrolífero de 1973 (1.º Choque petrolífero)

Decorria o último trimestre do ano de 1973, quando a Síria, o Egipto e o Iraque atacaram Israel com o objectivo de recuperarem alguns dos territórios perdidos em conflitos anteriores.
Os EUA, a Europa Ocidental e o Japão não negaram o apoio militar a Israel e os países árabes retaliaram declarando um embargo à produção de petróleo, efectuando cortes consideráveis na produção e bloqueando o seu fornecimento ao ocidente.
O preço do petróleo sofreu então um aumento de mais de 300% e, em Março de 1974 quando o bloqueio findou os preços mantiveram-se elevados durante mais algum tempo.

Choque petrolífero de 1979 (2.º Choque petrolífero)

No princípio de 1979 o Irão, que era o segundo maior exportador de petróleo, sofria graves conturbações políticas internas que culminaram com a instauração da República Islâmica no Irão e a paralisação das exportações de petróleo.
O pânico dos mercados generalizou-se o que veio a reflectir-se numa nova trajectória ascendente do preço do petróleo que só viria a ser interrompida em 1986, marcando aquele que foi o segundo choque petrolífero. Nesse período os preços do petróleo atingiram novos máximos históricos.

Semelhanças dos dois choques petrolíferos:

-Em ambos os períodos em que decorreu a crise assistiu-se a aumentos muito expressivos e repentinos dos preços do petróleo.
-Verificou-se uma intensificação das pressões inflacionistas.
-O aumento dos preços do petróleo foi acompanhado pelo aumento de outras matérias-primas, com consequências negativas na confiança dos consumidores, dada a redução substancial do poder de compra dos seus salários.
-Depois das crises referidas verificou-se em ambos os casos a um período recessivo severo, caracterizado por uma queda da produção, do rendimento e do emprego.

E agora?

As semelhanças da actual crise petrolífera com as anteriores são enormes:
-Actualmente assiste-se também a um aumento substancial dos preços do petróleo.
-Tal como nos choques petrolíferos da década de 70, a escalada do preço do petróleo dos últimos trimestres tem implicações muito adversas para a economia. Assiste-se a um abrandamento económico nos Estados Unidos e na Zona Euro e a recessão está à porta de muitos países.
-A consequência mais imediata revela-se na redução do poder de compra dos salários e do aumento do desemprego.
-Acresce que o encarecimento dos bens de consumo essenciais teve um impacto negativo na confiança dos consumidores. Estes dois factores conduziram a um abrandamento ou redução das despesas de consumo em termos reais.
-Verifica-se uma tendência inflacionista com a subida do preço de outras matérias-primas e dos alimentos.

Conclusão:

Apesar de não se apelidar ainda como o terceiro choque petrolífero, não tenho qualquer dúvida que estamos a assistir em tempo real ao 3.º Choque Petrolífero.

Serrone

Globalização

“Buscar" no Google a palavra “globalização”, em diversas línguas, conduz ao seguinte resultado:

Para globalization (Inglês) : Cerca de 24.600.000 resultados
Para 全球化 (Chinês): Cerca de 16.500.000 resultados
Para globalisation (Francês): Cerca de 8.270.000 resultados
Para Globalisierung (Alemão): Cerca de 4.970.000 resultados
Para globalização (Portugês) : Cerca de 2.030.000 resultados
Para グローバル化 (Japonês) : Cerca de 1.450.000 resultados
Para عولمة. (Àrabe) : Cerca de 127.000 resultados

“Pesquisa efectuada às 23:00 horas do dia 28 de Maio de 2008”

Cidadãos comuns, estudantes, professores, políticos, governantes, pensadores, filósofos, alguns de idoneidade inquestionável, apresentam muitos milhares de conceitos, definições, pontos de vista, ataques ferozes e defesas acérrimas à globalização.

A globalização tornou o próprio termo que a define, facilmente reconhecível e familiar para a esmagadora maioria das pessoas que vivem no mundo civilizado.

Arriscar escrever sobre o tema, é provavelmente repetir o que já outros fizeram e bem. Por isso vou deixar apenas algumas reflexões que poderão ser úteis a quem está a tentar encontrar respostas para as perguntas que foram por mim colocadas neste espaço, na segunda-feira, dia 26 de Maio.

Alerto no entanto para o facto das questões colocadas serem complexas e de provavelmente não existir um conjunto de respostas certas. Fica no entanto o desafio e que ninguém tenha receio de participar.

1.ª Reflexão:
Caso a tecnologia dite a política, a liberalização não mais será uma opção mas um destino, sendo que o determinismo tecnológico torna a globalização mais difícil de prevenir.

2.ª Reflexão:
“Quando os governos afirmam que a globalização lhes ata as mãos é porque politicamente lhes convém dizê-lo. Estão a manipular os eleitores e a enfraquecer o apoio à liberdade económica, o que é tudo é tudo menos boa governação” (Clive CrooK na revista The Economist).

3.ª Reflexão:
O valor fundamental que sujbaz a uma sociedade livre e próspera é o valor do indivíduo activo e autodirigido, sendo que tal sociedade requer uma cultura distinta que atribua um valor intrínseco a todos, de forma equitativa. Não obstante, é fácil aceitar que algumas culturas estão melhor preparadas para obter sucesso com economias e sociedades livres do que outras.

4.ª Reflexão
“Em liberdade, o Estado protege todos os predadores, não se excluindo a si próprio” ( Thomas Hobbes no clássico Leviatá).

5.ª Reflexão
“A democracia liberal resulta em relações internacionais harmoniosa, porque a prosperidade de uma nação não decorre da dimensão do seu território ou da população sob o seu controlo directo, mas da combinação entre o desenvolvimento da sua economia interna com as suas trocas internacionais” (Adam Smith – A Riqueza das Nações)

6.ª Reflexão
Será que a democracia liberal pode estabelecer-se com segurança na maior parte do mundo em desenvolvimento?

7.ª Reflexão
“Os mercados tendem para o equilíbrio quando negoceiam com quantidades conhecidas. Mas os mercados financeiros são diferentes. Eles descontam o futuro, mas o futuro que descontam está dependente da forma como os mercados financeiros o descontam no presente. Em vez de ser um resultado previsível, o futuro é genuinamente incerto e pouco propenso a corresponder às expectativas. O enviesamento às expectativas do mercado é um dos factores que moldam o curso dos acontecimentos” (George Soros, George Soros on globalization).

Serrone

O que é o efeito de estufa?

Este fenómeno acontece desde a formação da Terra e é necessário para a manutenção da vida no planeta, pois sem ele a temperatura média da Terra seria 34ºC mais baixa impossibilitando a vida no planeta, tal como a conhecemos hoje. O aumento dos gases estufa na atmosfera têm potencializado o fenómeno natural, causando um aumento da temperatura, chamado aquecimento global, a que se atribuem as mudanças climáticas.
Certos gases, como o dióxido de carbono, criam uma espécie de telhado, como o de uma estufa, sobre a Terra - daí o nome do fenómeno -, deixando a luz do Sol entrar e não deixando o calor sair.
Quais os gases que provocam o efeito estufa?
O dióxido de Carbono (CO2) tem um tempo de duração de 50 a 200 anos e, entre os restantes gases, é o que mais contribui para efeito estufa, com uma participação de 64 por cento;O metano (CH4) tem um tempo de duração de nove a 15 anos e participa em 19 por cento para o efeito estufa.O óxido Nitroso (N20) tem um tempo de duração de 120 anos e participa em 5,7 por cento para o efeito estufa.O hexafluoreto de enxofre (SF6) dura cerca de 3200 anos e contribui em 0.08 por cento para o efeito estufa.O hidrofluorcarboneto (HFC) dura 1,5 a 264 anos e tem um contributo "negligenciável" para o efeito estufa.O polifluorcarboneto (CFCs) tem um tempo de duração de 50 a 1700 anos e participa em dez por cento para o efeito estufa.
Fonte: Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), 1995
Quais as fontes dos gases com efeito de estufa?
No sector da energia, esses gases são libertados pela queima de combustíveis fósseis, nomeadamente nas indústrias energéticas, industrias manufactureiras e de construção e transportes.Quanto à agricultura, as substâncias são originadas a partir do cultivo de arroz, agricultura, queima de resíduos agrícolas e de florestas, entre outras fontes.A incineração de resíduos e a deposição de resíduos sólidos nas terras constituem outras fontes de gases com efeito de estufa.
Fonte: Anexo A do Protocolo de Quioto.

Quem são os principais emissores de dióxido de carbono?
EUA: 25 %, Europa: 19,6 %; China: 13,5 %; Ex-URSS: 10,2 %; Japão: 5,6 %; Índia: 3,6 %; Reino Unido: 2,5 %; Coreia do Sul: 2,2 %; Canadá: 2,1 % e Austrália: 1,3.

Serrone

O mínimo que se deve conhecer da crise financeira

Onde teve inicio a actual crise financeira mundial?

Nos Estados Unidos da América. Precisamente no mercado imobiliário norte-americano.

Em que contexto surgiu a crise?

Em 2003, o investimento empresarial e a criação de emprego estavam em níveis muito baixos devido aos efeitos colaterais do 11 de Setembro, pelo que a reserva federal norte-americana (FED) foi baixando a taxa de juro até 1% para potenciar o mercado imobiliário e assim estimular a economia.
Os bancos americanos, vendo reduzir dramaticamente os seus lucros, passaram a conceder créditos com taxas mais elevadas a pessoas que não tinham emprego fixo, nem rendas, nem propriedades, aumentando em muito o risco.

O que é o subprime?

É um crédito à habitação de alto risco que se destina a uma fatia da população com rendimentos mais baixos e uma situação económica mais instável. A única garantia exigida nestes empréstimos é o imóvel. O objectivo dos bancos era aproveitar o “boom” imobiliário e por isso ofereceram hipotecas elevadas, na esperança que os imóveis em pouco tempo seriam valorizados.
As instituições partiam do princípio que a economia americana ao crescer, iria fazer com que os eventuais devedores mais inadimplentes, não ficassem nessas condições por muito tempo, pois mais tarde ou mais cedo voltariam a ter condições para continuaram pagar a dívida.

Mas afinal, o que correu mal?

A economia americana abrandou, o preço do imobiliário sofreu uma forte tendência de queda e o FED inverteu a tendência de abaixamento dos juros, começando a subi-los de novo, o que levou as famílias devedoras a perder a capacidade para saldar as suas dívidas.

Se a crise financeira é americana, porquê é que se fala numa crise financeira à escala mundial?

Todos os produtos financeiros apoiados nas subprimes viram a sua cotação afundar-se. Como os mercados estão interligados e há bancos e fundos europeus com investimentos em produtos das instituições norte-americanas que operam no segmento ‘subprime’, a crise de liquidez atingiu também a Europa. No mercado interbancário os bancos deixaram de emprestar dinheiro uns aos outros e a falta de liquidez no mercado instalou-se. A crise financeira alastrou-se e trouxe a incerteza na evolução futura do comportamento dos mercados, o que por si só é um factor potenciador de especulação e de desconfiança de investidores não só na América mas em todo o planeta.

Qual é a verdadeira dimensão da crise?

Segundo os analistas, as perdas as perdas associadas ao crédito hipotecário non-prime, nos Estados Unidos, podem atingir 143 mil milhões de euros, valor um pouco inferior ao PIB do nosso país.
Devido à crise provocada pelo do suprime, as bolsas mundiais entraram em queda acentuada. A quebra de confiança dos investidores tem perturbado o crescimento económico. Devido à falta de liquidez, o Banco Central Europeu (BCE) tem injectado no sistema bancário europeu centenas de milhares de milhões de euros e o FED tem colocado no mercado americano centenas de milhares de milhões de dólares, ambos procurando resolver os problemas de liquidez dos respectivos sistemas bancários. A injecção de capital tem o objectivo de assegurar as condições normais dos mercados.
Instituições financeiras de peso foram suspensas como foi o caso do fundo francês do BNP Paribas. Os maiores bancos alemães, o Deutsche Bank e o Commerzbank, foram atingidos, assim como o fundo de investimento de Dusseldorf, IKB. O Banco de crédito hipotecário britânico Northern Rock foi objecto de uma corrida aos seus balcões por parte dos seus depositantes que, em menos de 24 horas, levantaram cerca de 2,9 mil milhões de euros, o que obrigou a uma intervenção do Banco de Inglaterra, para restabelecer os seus níveis de liquidez.
As previsões que vêm sendo avançadas, quer pelo FMI, quer pela UE, indiciam já pelo menos um abrandamento nos ritmos de crescimento económico nos Estados Unidos e nos países da União Europeia previstos para o final do corrente ano e para o próximo ano.

Porque é que o dólar se tem desvalorizado relativamente a outras moedas?

As perspectivas medíocres da economia americana têm enfraquecido o dólar, facto que foi agravado pela crise dos subprimes. Fala-se em abrandamento económico e adia-se a declaração oficial do que, para muitos analistas, já é uma certeza, que a economia mais poderosa do mundo está em recessão. As contas públicas agravam-se, o défice está a aumentar. Se a inflação subir mais, o dólar pode ainda descer mais baixo.

Há previsões para o fim da crise financeira americana?

Se o problema fosse apenas de liquidez, a crise poderia acabar apenas com as injecções de capital já efectuadas. Mas não é. Existem problemas estruturais de base que afectam também a economia americana. No entanto, tudo dependerá da recuperação da confiança de consumidores e investidores americanos e da forma como esta confiança se transmitir ao resto do mundo.

A crise é financeira, mas também será económica?

Até à presente data, a turbulência nos mercados financeiros foram ultrapassados sem um contágio significativo da actividade económica real.
Entre analistas especialistas, as opiniões dividem-se: Há quem acredite na resilência da economia americana e mundial, ou seja, nasua capacidade de superar as crises adaptando-se às novas circunstâncias e então estaríamos a falar numa crise financeira passageira sem grandes estragos na economia.
Mas outros há que, baseando-se nas experiências do passado, dizem que o impacto das crises financeiras sobre a actividade económica real depende das políticas seguidas pelos governos. Segundo estes, a duração e os contornos inesperados da actual crise, resultantes da inovação e complexidade dos produtos financeiros, têm alimentado os receios de que esta poderá não ser uma crise igual às dos últimos vinte anos, e ainda de que a economia americana e mundial poderá não ser tão resiliente como se pensava.
“O consenso entre os economistas que estudam a relação entre os mercados de capitais e a actividade económica (dos quais Ben Bernanke é sem dúvida um dos mais notáveis) é que no seguimento de uma queda abrupta dos preços dos activos a política monetária deve ser fortemente expansionista, garantindo ao sistema financeiro a liquidez de que necessitam para fazer face aos seus compromissos de curto prazo.”
A História e a teoria económica sugerem que as medidas tomadas pela Reserva Federal parecem ser as adequadas para evitar uma Depressão da economia americana, visto que a recessão, é já bastante provável.
Como o sucesso passado das medidas tomadas não nos permite prever o seu sucesso futuro, resta-nos acreditar, como Alan Greenspan, na resiliência da economia americana e do resto do mundo.

Serrone

ACTUALIDADES - SERRONE

sexta-feira, 5 de junho de 2009

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