Revivemos o nosso mundo de há trinta anos atrás. Nessa altura éramos adolescentes sonhadores. Aspirávamos um dia ser ricos, sendo que, para nós, o significado de riqueza passava essencialmente pelo acesso a um padrão de vida mais elevado que o do meio onde crescíamos.
Pois bem, decorreram trinta anos e o balanço não podia ser mais positivo: os nossos sonhos foram não só realizados, como também foram largamente superados. Não há comparação possível entre o que é hoje o nosso padrão de vida e o das pessoas mais ricas da nossa região, há trinta anos atrás.
Pois bem, decorreram trinta anos e o balanço não podia ser mais positivo: os nossos sonhos foram não só realizados, como também foram largamente superados. Não há comparação possível entre o que é hoje o nosso padrão de vida e o das pessoas mais ricas da nossa região, há trinta anos atrás.
Desde essa altura, até agora, o mundo tem estado em acelerada mudança: transformações políticas e ideológicas profundas; a globalização; o mercado único europeu e a moeda única; o desenvolvimento tecnológico e a liberalização económica, todos estes factores foram transformando gradual e profundamente o nosso modo de vida, quase sem darmos por isso.
As pessoas perderam a noção do valor e do preço das coisas. As modernas estratégias de gestão e de marketing, potenciadas com o desenvolvimento dos meios audiovisuais e o acesso fácil ao crédito barato, permitiram ao comum dos mortais, ter a ilusão de que poderia adquirir mais aquele bem ou serviço. Nos últimos anos, a generalidade da classe média ocidental, endividou-se recorrendo a créditos "baratos", para comprar bens tangíveis de toda a natureza, sempre com a ilusão de que, com mais aquela compra, iriam viver melhor. Os consumos cresciam sempre e o endividamento das famílias aumentava quase na mesma proporção. Até há muito pouco tempo, poucos eram os que tinham a verdadeira percepção que o crescimento económico do mundo ocidental se estava a alicerçar em "raízes podres", prestes a ruir a qualquer momento.
O "suprime" apenas fez transbordar a "água do copo", que já se encontrava "quase cheio", com uma infinidade de créditos concedidos a pessoas que a ele recorreram, sem terem à partida a possibilidade de os pagar de forma sustentada.
E agora, o que nos irá acontecer? Será difícil prever qual vai ser o nosso futuro, mas nenhum de nós terá grandes dúvidas: - a forma de viver a que nos habituámos nos últimos trinta anos, vai mudar certamente. O crescimento económico baseado mais nas finanças do que na economia, tem os dias contados.
Que pena, não podermos dar aos nossos filhos, o que herdámos, o fascínio de um dia poderem ficar ricos!
Serrone
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