Vivemos num mundo cada vez mais global e conturbado, em que os mercados reagem facilmente às leis da natureza e em que os homens vão alterando a natureza para satisfazer as leis dos mercados. No entanto, natureza e mercados, parecem estar cada vez mais no fio da navalha.
Já ninguém tem dúvidas que se estão a verificar alterações climáticas importantes devido ao aquecimento global provocado pelo agravamento do efeito de estufa, causado entre outros factores pela queima progressiva ao longo de décadas, de petróleo, carvão e gás. Segundo cientistas da ONU, não há dúvidas que a humanidade têm contribuído para o aquecimento global, não se conhecendo ainda exactamente em que proporção.
Já ninguém tem dúvidas que se estão a verificar alterações climáticas importantes devido ao aquecimento global provocado pelo agravamento do efeito de estufa, causado entre outros factores pela queima progressiva ao longo de décadas, de petróleo, carvão e gás. Segundo cientistas da ONU, não há dúvidas que a humanidade têm contribuído para o aquecimento global, não se conhecendo ainda exactamente em que proporção.
O que se sabe e se perspectiva é que as alterações climáticas para o século 21, irão causar futuras mudanças irreversíveis e em larga escala, nos sistemas do planeta, resultando em impactos de escala continental e global. Quero dizer que é previsível a ocorrência de cataclismos “naturais” cada vez mais frequentes.
No princípio deste ano, a Organização de Alimentação e Agricultura estimava que Myanmar exportasse em 2008, 600 mil toneladas de arroz. Entretanto, como se sabe, Myanmar foi atingido por um ciclone que destruiu as suas plantações e matou cerca de 60 mil pessoas (número ainda não confirmado). Devido ao cataclismo as exportações do país poderão ser afectadas e poderá ser necessário recorrer à importação daquele cereal.
"Os estragos do ciclone em Myanmar vão reduzir a oferta de arroz, especialmente na Ásia, afirmou o analista Takaki Shigemoto da Okachi & Co. citado pela Bloomberg.” “A verificar-se esta ocorrência, a oferta poderá ser insuficiente para a procura mundial, o que impulsionará os preços do arroz, elevando os riscos de fome para mil milhões de asiáticos, afirmou Haruhiko Kuroda, presidente do Banco de Desenvolvimento Asiático na passada segunda feira.”
Este cenário de especulação motivou já, pelo quarto dia consecutivo, que o arroz fosse negociado em alta.
Infelizmente, este é um bom exemplo do que poderá vir a acontecer com mais frequência no futuro próximo, a que não será certamente alheio:
-Os desequilíbrios económicos e sociais alimentados durante séculos por conveniência dos poderosos do mundo.
-O desenvolvimento económico dos estados ocidentais efectuado sem regras e sem respeito pelas leis da natureza.
-Mais recentemente o crescimento económico galopante das economias emergentes que se está a executar com os mesmos erros cometidos pelos povos ocidentais.
O homem com a sua ganância desmesurada, cego e insensível à natureza, à miséria, à pobreza extrema e precariedade social, conduzirá o mundo a um ponto sem retorno cada vez mais próximo e previsível.
2 comentários:
Caro Serrone,
Prometi que voltava e cá estou, dando por bem empregue o meu tempo, que não é muito.
Dou-lhe os meus sinceros parabéns pela forma como está a elaborar o seu blogue. Diria mesmo que o seu espaço acaba por ser um oásis no meio do deserto (leia-se internet), onde nascem diariamente centenas de blogues sem qualquer interesse.
Partilho a sua opinião de que a humanidade está a viver um dos piores períodos da sua história. A dimensão dos problemas e a sua gravidade exigem uma transformação profunda da forma de governar as nações do mundo e do modo como estas se organizam entre si. Muito sinceramente não sei se o homem desta vez estará à altura de actuar, antes que maiores e perigosos danos aconteçam
Melhores cumprimentos
Manuela Guedes, uma sua admiradora
Olá,
Não nos conhecemos ainda, mas creio que iremos ter oportunidades para que tal aconteça. Fico sem saber se Serrone é o seu nome verdadeiro. Vamos supor que sim. O meu nome é Amélia Vasconcelos. Só escrevo o apelido com dois ll, não por vaidade ou querer fazer-me passar por menina de famílias tradicionais, mas sim porque o “gmail” não aceitou a inscrição na conta só com um l.
Sou ainda muito jovem, mas já adquiri alguma experiência de vida e também tenho alguns conhecimentos da história universal, de economia e de política, para poder dar o meu modesto contributo a este fórum. Os assuntos tratados no seu blogue são os da minha preferência. Aliás, licenciei-me recentemente em Ciências Sociais e Políticas na Universidade Técnica de Lisboa. Não sou militante ou simpatizante de nenhum partido, mas tenho as minhas convicções e ideias de como deveriam funcionar os centros de decisão dos países e das regiões do mundo. Concordo plenamente consigo quando afirma que estamos a caminhar para um abismo. Tenho plena convicção que no actual enquadramento geopolítico e económico mundial não será fácil encontrar soluções para responder aos desafios que o homem tem colocado a si próprio. Urge encontrar uma nova ordem mundial alicerçada em valores que ponham sempre em primeiro ligar o ser humano. Se a vontade dos homens for a sobrevivência, não haverá alternativa.
Até já
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